Qual é a atividade específica, espiritualidade e objetivos da ação pastoral do AO? (...)
Certa vez, um Vigário, preocupado, chegou a dizer-nos:
“não sei o que fazer do Apostolado da Oração em minha Paróquia!!!”
Realmente, sabemos que, por carência de orientações e esclarecimentos sobre o verdadeiro apostolado a exercer, há grupos de pessoas que se prendem a um apostolado tradicional, quase estéril. Pessoas com um elevado potencial de fé e disponibilidade para o Reino de Cristo, vivem, contudo, como “ovelhas sem pastor”, incapazes de discernir o essencial do acidental. Fazem o que lhes é possível, geralmente gastando energias e preocupando-se com exterioridades dispensáveis, ou com uma piedade sentimentalista, individual.
Reconhecemos que ainda há muitas idéias deformadas sobre o Apostolado da Oração, baseadas apenas em observações exteriores.
A tendência de um grande número de pessoas é constatar pelo superficial – o que se apresenta “à primeira vista”...
E, ao observador de superfícies, o AO revela-se como um grupo de vovós inoperantes, com suas fitas vermelhas, mãos enrugadas, dedilhando terços... que apenas provocam sorrisos piedosos e condescendências filiais da parte dos “mais jovens”!
Aqui alguns pontos a serem refletidos seramente:
1) Essas pessoas idosas, não nasceram idosas. Sua oração é uma lição de perseverança na fé, no amor e fidelidade à graça divina – que o tempo não apagou!
2) Por detrás daquelas mãos enrugadas, dedilhando terços, há um apostolo a toda prova, pronto para servir e doar-se por Cristo!
Um apóstolo cuja maior preocupação é ter um coração “manso e humilde”, como o coração de Jesus!
3) Olhando para elas, sintamo-nos tentados a perguntar-lhes: por que
Escolheram o Apostolado da Oração para servir ao Senhor por
Toda uma vida?!
4) Essa perseverança e fidelidade interrogam!
O que temos para oferecer?
Como São Pedro, podemos responder com firmeza:
“Não temos ouro nem prata, mas temos o que temos, queremos dar...” (cf At 3,6).
Nossa riqueza é Jesus de Nazaré – o Coração de Jesus Cristo, que lutamos para levar ao mundo.
O Apostolado da Oração não é rico em atrativos humanos-sociais. Pelo contrário, temos um programa a seguir que muitas vezes exige sacrifícios, renúncias e até humilhações... Um programa de vida espiritual e apostólica, com um organização, totalmente adequada à pastoral de nossos dias e que não está sendo aproveitada, por falta de lideres que o conheçam em profundidade.
Observando-se com disciplina esse programa e essa organização, são numerosíssimos os frutos que poderemos dar ao Reino do Senhor.
É oportuno lembrar que o Apostolado da Oração não é um grupo compacto na Paróquia, agindo indistintamente, onde todos fazem tudo, ou todos fazem nada... um grupo inerte, alienado, rezando por rotina ou tradição, fixado em suas “fitas vermelhas”, insígnias e bandeiras...!
Não somos pessoas – como muitos julgam – que apenas sabem dobrar os joelhos, com “mania de rezar”, esquecidas do mundo a nossa volta; mas, sim, somos um grupo com meta determinada: DO NOSSO “DOBRAR OS JOELHOS” EM ORAÇÃO, TIRAMOS ENERGIAS E ENTUSIASMO PARA ABRIRMOS OS BRAÇOS À SERVIÇO DA COMINIDADE.
Também não somos um grupo fechado: os membros do AO podem perfeitamente inserir-se ou entrosar-se equilibradamente em todos os outros grupos e movimentos paroquiais ou diocesanos, contribuindo com a sua experiência de oração e espiritualidade, uma harmoniosa união, com respeito mútuo, é claro, pelo carisma específico de cada movimento.
Sabemos que em várias comunidades já existe este entrosamento com pleno êxito, confraternização e soma de forças.
O objetivo fundamental de todo cristão é amar e servir, colaborando na realização do plano de Deus.
Estes e alguns outros questionamentos exigem resposta. (...)
Partes extraídas da introdução do livro Apostolado da Oração Como? Por quê?
Para quê? (Edições Loyola)
Hilda Schneider