Programa de vida Espiritual

“É preciso que o nosso zelo evangelizador brote de uma verdadeira santidade de vida, alimentada
pela oração e sobretudo pelo amor à Eucaristia, e que, conforme o Concílio no-lo sugere, a
pregação, por sua vez, leve o pregador a crescer em santidade” (EN, 76)

Caminho Espiritual do Apostolado da Oração

“O Apostolado da Oração dirige seus membros a uma sólida e genuína piedade, uma vez que os ensina a transformar toda a sua vida em súplica e reparação”, atra­vés de um programa de vida espiritual profunda:
- Oferecimento do dia num ato de reparação, em união ao Sacrifício Eucarístico.
- Vida Eucarística intensa com participação ativa na Sagrada Liturgia.
- Devoção especial ao: Espírito Santo, Sagrado Co­ração de Jesus, e a Maria SSma.
- Sentir com a Igreja, como Igreja - em união e respeito ao Papa, Bispos e Sacerdotes.
- Oração perseverante.
Dessa forma, o Apostolado da Oração é escola de santidade, pois procura encaminhar seus membros à intimi­dade do Coração do Pai.

Vejamos:
1º) “Dirige seus membros a uma sólida e genuína Piedade”: significa que somos despertados e encaminhados para uma fé autêntica, sem vacilações, sem “mais ou me­nos”. Sólida piedade é uma fé à toda prova. Forte. Inaba­lável.
2°) “... ensinando-os a transformar sua vida em súplica e reparação: “transformar a vida”, para o cristão, supõe uma conversão diária; seguir em linha reta os cami­nhos de Cristo, sem paradas ou desvios, evitando os “ata­lhos” perigosos, que não levam a nada, ou só conduzem ao mal.
Somos convidados a transformar nossa vida em vida de santidade.
É o próprio Senhor quem ordena:

“Sede Santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo” (cf. Lev 19,2; 1 1,44).

E Jesus repete o convite, no Sermão da Montanha:
“Sede perfeitos assim como vosso Pai celeste é Perfeito”. (Mt 5,48).
Deus nos chama a uma santidade profunda. “A san­tidade não consiste em nunca ter caído, mas, no firme propósito de nunca mais cair”. Os Santos não se tornaram San­tos porque nunca pecaram, mas porque lutaram contra o pecado”, disse alguém.
Temos em nossa vida a graça de Cristo, transforman­do tudo o que vivemos, dando a todos nós a possibilidade de sermos santos. Procuremos estar abertos a essa Graça!
3.°) SÚPLICA - implícito no oferecimento do dia:
É reconhecer nossa pobreza e pequenez diante do Pai. Sem Ele, nada podemos fazer!
É um colocar-se nas mãos de Deus, “humildes e pe­queninos”, como as crianças. “Se perseverardes em mim... pedireis tudo que quiserdes e vos será feito”. (Jo15,7).
Observe-se, entretanto, o discernimento entre a “nossa vontade” e a vontade do Pai. Ele sabe o que é melhor para nós. Suplicar que se cumpra em nós o Seu plano de amor - mesmo que seja diferente do nosso plano humano! Não nos aproximemos do Senhor apenas para pedir, como se Ele possuísse um “supermercado” de graças onde entramos somente nas horas de necessidade...
Cheguemos a Ele para oferecer nossa vida, como instrumento da sua Obra Redentora!
4°) REPARAÇÃO: Oferecemo-nos a Deus, num ato de reparação. Este ato é criar em cada um de nós um autêntico espírito de solidariedade em torno da construção e reconstrução constante do Reino de Deus, que sofre dos pecadores contínuos ataques sob a forma de injustiças, opressão, decadência moral e espiritual...
“O pecado”, diz Rondet, “tem múltiplas dimensões. É uma ofensa a Deus, uma injúria a Cristo, uma ferida no Corpo de Cristo, uma desordem introduzida no mundo”.
A reparação é uma oposição ao pecado; é uma for­ma de superar a rejeição que os homens fazem a Deus, colaborando assim, na Redenção.
Os membros do Apostolado da Oração insistindo na reparação, cooperam na Obra Redentora, tanto nos esfor­ços pela santificação pessoal, como pelo trabalho apostóli­co (esses dois não podem ser separados, pois, quem perde o espírito apostólico, perde também a santidade), e assim, es­tarão completando o trabalho de Cristo na restauração da honra de Deus.
O Apostolado da Oração deve empenhar-se em se­guir esse programa de vida espiritual, pois sem espiritualidade, não há apóstolos, e sim apenas “funcionários de igreja”...
Estar com Cristo no caminhada do dia-a-dia, não é “loucura” ou “evasão”, como muitos dizem, criticando e recomendando, preocupados com a nossa saúde mental...! Para maior compreensão, estude-se o documento do Concílio Vaticano II sobre o Apostolado dos Leigos.
“Só pela luz da fé e meditação da palavra de Deus pode alguém, sempre e por toda a parte, divisar Deus em quem vivemos e nos movemos e somos, procurar em todo o acontecimento Sua vontade, ver Cristo em todos os homens, sejam parentes, sejam estranhos, proferir julgamentos cor­retos sobre o verdadeiro significado e valor das coisas tem­porais em si mesmas, e em relação ao fim do homem”. (AA, n.° 4)

Com esse objetivo, seguimos refletindo sobe os rumos e a vida espiritual do AO, que nos encaminha para a ação apostólica.